"Sou uma mulher madura, que às vezes brinca de balanço. Sou uma criança insegura, que às vezes anda de salto alto."
Martha Medeiros

terça-feira, 17 de maio de 2011

uma hora só pra escrever esse nome: sachsenhausen

Hoje acho que dei uma de viajante totalmente independente. Peguei o endereço e fui. Longe pra burro, metro, trem e caminhada à pé de 20 minutos e cheguei sem errar.

Aliás minha direção é sempre errada, se meus impulsos me levam pra direita, é só ir pra esquerda que dá certo. Nunca vou pro lado certo, o problema é que meu primeiro nome é teimosia, ai acabo insistindo um pouquinho, mas vou melhorar.

Este é só mais um campos de concentração existentes na Europa que viraram museus. Eu já ia desistir de ir a museus na Alemanha porque não encontrava aquela criatividade imensa dos europeus em fazer museus, mas pensei, pensei, e o que é fato é que cada país tem suas características e na Alemanha é tudo como eles são, pura realidade, nada de fantasias, nada de distração, a história deles é pesada, então que contem suas histórias de forma visceral. E, também, porque é tudo recente, muita gente ainda está viva pra contar.









Sasheahausen foi um campo construído pra servir de modelo, recebeu visitas da imprensa mundial durante a guerra, claro, que era da sua turbina de loucos.

Estudei na escola, como qualquer outro sobre a II Guerra, nazismo, campos de concentração, III Reich, Hitler etc, mas faz tempo, e lembrar de tudo aquilo hoje foi intenso e sei que vai tirar meu sono.

Os nazistas tinham um certo padrão pra tal raça ariana, superior etc. Está lá no museu um tipo de gabarito, como das fotos abaixo, pra ver a cor dos olhos, a cor da pele, a cor do cabelo e o tipo de cabelo. E ainda tinha a altura, se o cidadão tivesse menos que um 1,70 m, tava ferrado e preso.

Esse aí embaixo era pra identificar o tipo e cor dos cabelos, ia do loiro platinado chapado ao preto azulado afro. Queria ver se fosse, nem sob tortura eu ia conseguir lembrar a cor original do meu cabelo, e o tipo, depois de anos fazendo milhões de química também nunca seria o mesmo. Tem um espelho pra gente se localizar, eu acho.








Depois cor dos olhos e da pele. Realmente os caras tinham uma imaginação doentia. Só não consegui ainda uma resposta pra tanta crueldade



















Está lá também no portão "Arbeit nach", alguns dizem que isso é a primeira mentira que contada pelos nazistas, mas não concordo. O trabalho dos judeus, ciganos e estrangeiros, os mantiveram vivos, porque os nazis precisavam deles vivos, existia toda uma indústria da guerra pra ser mantida, senão eles matariam logo todos nos seus fornos. O que não existia para os "inferiores" era esperança de vida longa, mas talvez aquele "trabalho" os manteve vivos até o fim guerra e sua libertação.









Ainda não consegui organizar as idéias hoje, foi muita informação, muita emoção, mas, principalmente, muita indignação. Definitivamente, não vou conseguir dormir hoje.

É muito grande e os locais onde existiam os "dormitórios" foram demolidos.








Foi a única vez que sorri e foi atendendo um pedido. Não existe nada aqui pra sorrir, é de uma tristeza fria que fiquei o tempo todo com aquele nó na garganta.

Além de alguns já estarem naquela situação ainda existia um lugar para tortura os presos políticos e sua prisão. Os presos ficavam pendurados nestes mastros com as mãos amarradas nas costas e eram surrados no bumbum até contar o que queriam ouvir.









Um beijo


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